sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013


ELLEN WHITE E O RABINO


Testemunho do Rabino Joe Kagan contado por Elfred Lee

Eu conheci o Rabino Joe Kagan no instituto Weimar em Auburn, Califórnia, em 1978-1980. Sua família veio da Europa oriental onde sua tia tinha sido estuprada enquanto um sacerdote permanecia diante dela com um crucifixo dizendo: "isto é o que você recebe por matar a Cristo". Diante disso, você pode imaginar o sentimento de muitos judeus para com o cristianismo.

Sua família se mudou para os EUA enquanto ele ainda era jovem. Aos 13 anos Joe estreou como cantor no Carnegie Hall. Ele tinha uma bela voz de tenor. Recebeu uma elevada educação e se tornou um Rabino. Eu o conheci em seus últimos anos - em 1978, após ter sido parte da assessoria de Ronald Reagan em Sacramento, atuando como pesquisador. Se houvesse qualquer dúvida a respeito de qualquer assunto, era ele quem fazia as pesquisas e encontrava as respostas.

Joe tinha uma atitude muito negativa com relação ao cristianismo. Ele nunca tocava no Novo Testamento. Contudo, ele conhecia o Antigo Testamento de forma tão extraordinária como qualquer outro rabino educado saberia. Certo dia ele entrou em contato com um livro chamado "Patriarcas e Profetas" de Ellen White. Ele o leu com espanto e queria saber quem era essa Ellen White. Foi quando eu o conheci. Ele perguntou quem era essa Ellen White e em que universidade ela havia estudado. Nós dissemos a ele que ela tinha estudado somente até à 3ª série. "Então onde ela aprendeu hebraico?", ele perguntou. Nós lhe dissemos que ela não tinha nenhum conhecimento de hebraico, mas, ainda assim, era a escritora mais prolífera na história e este era apenas um de seus muitos livros.

Ele ficou surpreso com o conhecimento dela, dizendo que as informações contidas neste livro (Patriarcas e Profetas) era Mishnáico. A Mishná é a parte central do Talmude Judaico e é constituída de comentários adicionais sobre as Escrituras Hebraicas. Ele disse que a Mishná tinha sido traduzida para o inglês apenas a uns 30 anos atrás e que somente os rabinos de alto nível conheciam essas informações. "Esta é a história do meu povo, e é muito, muito precisa." Ele também disse que você precisa saber hebraico para ser capaz de escrever dessa forma, pois a estrutura das suas sentenças não é o inglês, mas o hebraico. O ritmo, a métrica, o arranjo das palavras e as expressões não é do inglês. Ele disse que é como se ele tivesse sido escrito em hebraico e fosse traduzido para o inglês.

Minha família e eu desenvolvemos uma forte amizade com Joe, sua esposa e com seu filho. Um dia, quando estudávamos juntos a Bíblia e alguns livros de Ellen White, ele disse: "Eu estou convencido de que Ellen White foi inspirada pela mesma fonte que inspirou os profetas hebreus. Eu quero me tornar um cristão. Eu aceito Jesus Cristo como meu Messias". Assim, ele não teria chegado a Cristo através da leitura da Bíblia. Embora a Bíblia hebraica é repleta de profecias que apontam para o Messias, foram os escritos de Ellen White que provaram a ele que Jesus é o cumprimento de todas as profecias hebraicas. E somente após isso, ele finalmente veio a tomar em suas mãos o Novo Testamento e ler a respeito de seu Messias Judeu.

Muitas vezes eu o vi chorar. Eu estava no meio de uma comissão de pintura para um grande quadro chamado "Cristo: o caminho da vida", para a sede mundial da IASD, em Washington, DC. E ele se tornou bastante envolvido com essa pintura.

A pintura tinha sido originalmente inspirada por Tiago e Ellen White que haviam comissionado um pintor para fazer um desenho em preto e branco sobre o assunto. Ele me confirmou que o conceito de Ellen White sobre todo o plano de salvação era muito preciso, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, mas este pintor acabou adulterando os conceitos dela. Então ele me ajudou em muitos detalhes para fazer a pintura histórica e teologicamente exata, especialmente em relação à seção sobre o santuário, a escrita hebraica sobre a cruz e a cena da última ceia. Ele me disse para pintar Jesus e seus discípulos em uma mesa no estilo oriental, sentados em esteiras no chão - não em assentos romanos como os artistas medievais pintaram. Além disso, ele disse que suas cabeças seriam cobertas e ele fez questão que eu pintasse o vinho, o pão asmo e as ervas amargas, e seu simbolismo exatamente como teria sido.

Ele aprovou toda pintura; tivemos uma cerimônia de inauguração na igreja de Auburn no fim de 1979. Joe também escreveu uma canção para acompanhar a pintura e tocou no órgão quando nós inauguramos a pintura. Ele chorou quando cantou as palavras de Jesus sobre a cruz citando Isaías: "Eli, Eli, lama sabachthani?". Ele cantava e cantava e chorava e chorava, todo seu corpo vibrava. Não havia um olho seco em toda igreja. Sua voz era muito bonita. A pintura original está exposta na nova sede da conferência geral da IASD em Silver Spring, Maryland, onde eles têm cartazes e estudos bíblicos sobre a pintura. Eu não poderia ter feito essa pintura sem a inspiração do Rabino Kagan e Ellen White. 

Nós estivemos em seu batismo secreto no Bear River acima de Sacramento no Sábado à noite, dia 22 de dezembro de 1979. Havia quatro de nós presentes. Ele não podia contar a sua esposa e filho que agora era um seguidor de Cristo. Quando saiu da água fria louvando a Deus e cantando ao seu novo Messias, ele disse: "Agora eu sou um judeu completo. Agora aceitei o Antigo e o Novo Testamento e o Messias do qual todos os profetas falaram a respeito!"

Recentemente fui à Europa, realizar alguns workshops sobre arte e outros sobre meu trabalho arqueológico no Oriente Médio. E aconteceu que conheci uma família judia de Israel. Shalom David é originalmente do Iraque e sua esposa do Chile. Atualmente eles estão servindo em um colégio na Europa, onde eu os conheci com um pouco de oposição aos escritos de Ellen White. Essa família me convidou para ir a sua casa no Kabalat Shabat (ceia de sexta à noite para o recebimento do Sábado). Foi uma ocasião bastante agradável, sua esposa e seus belos filhos cantaram e celebraram a chegada do Sábado, uma cerimônia que os judeus fazem já a milhares de anos. Eu lhes contei a história do rabino Kagan e ele ficou muito entusiasmado. 

Ele disse: "a mesma coisa aconteceu comigo! Seria mais provável eu queimar o Novo Testamento do que tocá-lo! Eu não queria nenhuma relação com o cristianismo, mas Eu também li os escritos de Ellen White e Espírito de Deus esteve nessa mulher. Seus escritos são como se ela tivesse escrito em hebraico. Definitivamente, pode-se ouvir o ritmo hebraico, a métrica, e as expressões em seus livros. Eu também creio que ele foi inspirada pela mesma fonte que inspirou os profetas hebreus. E ele me ajudou a me apaixonar por Jesus Cristo, meu Messias."
Eu também conheci outro rabino que vive aqui na Califórnia - Rabino Ben. Ele estava indo com um grupo de adventistas para uma casa cear a refeição de Sábado, para a qual eu também fui convidado. Ele permaneceu durante toda a cerimônia, assim como aconteceu com o Rabino Kagan e meus novos amigos na Europa. 
Então, nós conversávamos sobre as cerimônias hebraicas e o Rabino Ben me disse que ele teve a mesma experiência que o Rabino Kagan. Ele odiava o Novo Testamento, mas Ellen White lhe trouxe a Cristo e o ajudou a ler o Novo Testamento e a se apaixonar pelo Messias Jesus. Tudo isso porque ele foi visitar um dos rabinos mais influentes na América, que já está com mais de 90 anos (e seu nome deve permanecer sem ser revelado). 

Enquanto estava conversando com esse rabino na biblioteca dele, ele estava escaneando os milhares de livros em sua parede; foi quando Ben viu ali o livro "Patriarcas e Profetas". E perguntou ao seu amigo rabino sobre esse livro e onde o havia conseguido. "Por que o senhor tem esse livro que é escrito por um autor cristão?" E o já idoso rabino lhe respondeu: "Esta é uma fonte muito confiável a cerca de nossa história".

“As faculdades adormecidas do povo judeu devem ser despertadas. As Escrituras do Antigo Testamento, misturadas com as do Novo, serão para eles como o alvorecer de uma nova criação, ou como a ressurreição da alma. Avivar-se-á a memória ao verem Cristo descrito nas páginas do Antigo Testamento. Salvar-se-ão almas dentre a nação judaica, ao serem as portas do Novo Testamento descerradas com a chave do Antigo. Muitos judeus hão de, pela fé, aceitar a Cristo como seu Redentor.” (Evangelismo, pp. 578-579).

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